Porque as sessões terminam e há toda uma cidade para descobrir, aqui ficam as nossas escolhas IndieByNight. Abrindo as comemorações da vigésima edição do IndieLisboa, o Cosmos recebe a Matiné de Antecipação do festival no próximo sábado, dia 22. A festa começa às 18 e segue até à meia-noite. Sal Grosso abre a noite com um set de braço de ferro entre o espaço, a repetição, o tempo e as emoções por descobrir e rotular. Descomprometido, hipnótico e por vezes alucinogénico, existe na máxima da exploração dos sentidos. Chega ao Cosmos para um concerto em torno dos motivos de Istmo, terceiro disco de originais escrito ao longo dos últimos 2 anos e que será editado pelo Colectivo Casa Amarela ainda em Abril. Segue-se um DJ set de Yasuhiro Morinaga, artista sonoro japonês a viver em Lisboa que também vai ser júri do festival. Desenvolveu um particular interesse pela etnografia e pela antropologia. Os seus trabalhos sonoros envolventes encorajam uma consciência do som que passa despercebida à vida quotidiana. Após um hiato de 4 anos, Genes regressa aos discos e aos palcos para apresentar o seu mais recente LP homónimo, onde o rock e o pop se cruzam com um universo psicadélico e dreamy. Para testemunhar na noite de dia 22, pelas 21h. A fechar, um DJ set de Lucas Bicudo. DJ, booker e programador cultural, responsável pelo projecto 1/4 Club, que produz festas e representa DJs, principalmente no eixo Brasil-Europa. É host de um programa bi-mensal na rádio Veneno Live e suas selecções são uma mistura entre descobertas do passado e produções recentes de artistas independentes, entre o funk, house, disco, e outros ritmos tropicais. Ao longo de toda a matiné, a taróloga Fut’cirínha está disponível para consultas de tarot em que recomenda um filme com base no futuro que as cartas revelam. O Indie oferece o bilhete para a sessão.
Na semana seguinte, no dia 28, na ressaca do filme Trip, de Lilly Creightmore, presente na programação do IndieMusic, o mítico Roterdão recebe uma noite dedicada à psicadelia. Rita Braga abre a noite, no seu primeiro concerto em Lisboa desde 2021. Cruzando influências que passam pelo vaudeville, cinema clássico, post-punk e cabaré, esta é uma cantora, compositora e multi-instrumentista que se reinventa constantemente. Já colaborou com nomes tão distantes como Ana da Silva (The Raincoats), Felix Kubin e Ian Svenonius. O seu quarto álbum, Illegal Planet, tem lançamento previsto para o último trimestre deste ano. Depois, um DJ set de Hakon Adalsteinsson, guitarrista dos lendários The Brian Jonestown Massacre, autêntica instituição do rock psicadélico norte-americano. Segue-se novo DJ set, agora de Molly Nilsson, uma artista, cantora, compositora e produtora sediada em Berlim, defensora feroz da cultura D.Y.I. com uma extensa digressão a solo pelos cinco continentes. Tem 10 discos e 1 hit- o inesquecível Hey Moon. A fechar, b2b de LikeFather e Mr.Mikk, para manter a pista bem suada até às 6h da manhã. No dia seguinte, a festa é na porta ao lado, no igualmente mítico MusicBox. Para celebrar o díptico Mal Viver | Viver Mal, de João Canijo, o club do Cais do Sodré recebe uma festa com o supergrupo Maria Putas Reis Bêbadas, uma força punk que junta duas forças essenciais da cena musical lisboeta – Maria Reis e Putas Bêbadas. Depois, a noite é para dançar com DJ sets de Leonor Teles, Nuno Lopes e José Pimentão, nomes que associamos ao cinema e ao filme de Canijo, mas que aqui se reinventam temporariamente em nome do house, tecno e disco.
No dia 4 de maio seguimos até ao Beato, para uma festa na discoteca Gala Cri Cri, dedicada ao filme Orlando, ma biographie politique, obra de estreia do escritor tornado realizador Paul B. Preciado. O filme pega na figura de Orlando de Virginia Woolf para contrastar a história dos anos 1930 com a contemporaneidade, mas continuando as considerações sobre género enquanto construção social e política que vai para lá de uma metamorfose corporal. O programa desta noite será divulgado brevemente.
Novo dia, nova festa. After, filme nocturno de Anthony Lapia, é o ponto de partida para um after no Arroz Estúdios com Panzer e Van Der. Quem viu o filme sabe o que esperar de Panzer, o responsável pela banda sonora – tecno pesado, a rasgar, num flirt com a vertigem de fim de noite. A abrir, Vanderley Neves a.k.a. Van Der. Teve o seu contacto inicial com a música electrónica pela via do Kuduro, House e do Tecno, tendo expandido o seu interesse pelas várias ramificações do último.
Ainda em clima de festa, mas de volta às salas de cinema, dois acrescentos de peso no IndieMusic – o ciclo dedicado aos 50 anos do hip-hop, com curadoria de Sam the Kid, e Little Richard: I Am Everything. Para o ciclo, Sam the Kid, cinéfilo convicto, escolheu Scratch, Beats, Rhymes and Life – The Travels of A Tribe Called Quest e CB4 como filmes representativos da cultura hip-hop. Little Richard: I Am Everything recupera as origens queer e negras do rock n’ roll através do incrível legado Little Richard, ícone complexo recém-falecido. O IndieMusic deste ano abre com Miúcha, a voz da Bossa Nova. Neste filme, a cantora liberta-se das ideias que a reduziram a irmã de Chico Buarque, mulher de João Gilberto e colaboradora de Vinícius de Moraes ou Tom Jobim. As suas contribuições para o movimento da bossa nova são aprofundadas e acompanhamos a forma como a cantora navegou o seu casamento e tentou definir a sua carreira. O filme conta com arquivos pessoais que incluem fotografias, cartas, aguarelas e gravações áudio. Para ver na Culturgest, dia 27 de abril, às 21h30.
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Para além das festas, todas as noites do festival, depois do final das sessões de cinema, o bar Love Lisbon Bar em Arroios é o ponto de encontro para equipa, convidados e público do festival.
A 20ª edição do IndieLisboa terá lugar entre o Cinema São Jorge, a Culturgest, a Cinemateca Portuguesa, o Cinema Ideal, o Cinema Fernando Lopes e a Piscina da Penha de França, do dia 27 de Abril ao dia 7 de Maio. Os bilhetes já se encontram à venda.